04 Julho
2025
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> Todos Contam por Nuno Santos
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CONJUNTURA
RESUMO ECONÓMICO - AINDA SOBRE O 1º TRIMESTRE DE 2025

Os Estados Unidos atravessam um momento delicado em termos fiscais. Em pleno processo de negociação orçamental, os números são cada vez mais difíceis de ignorar: O défice público situa-se nos 6,5% do PIB, a dívida pública bruta ronda os 120% do PIB e o custo anual do serviço da dívida representa já 3,8% do produto. Estes níveis históricos, colocam em causa a credibilidade da dívida soberana americana, refletindo-se nas recentes descidas de notação por parte das agências de rating. A Moody’s, por exemplo, projeta que o défice poderá atingir cerca de 9% do PIB até 2035 (atuais 6,4%) enquanto a dívida federal poderá escalar até 134% do PIB na próxima década.

Este cenário levanta dúvidas sobre a capacidade de os EUA manterem o seu papel central na ordem económica global: Como fornecedor de bens públicos essenciais, defensor do comércio livre, emissor de uma moeda estável e credor de última instância. A nova ordem mundial permanece indefinida, com os EUA e China cada vez mais em confronto direto, após uma coexistência económica paralela e vantajosa.

Do lado português, os sinais são mistos. A estimativa de crescimento económico para 2025 foi revista em baixa, de 2,4% para 1,7%. O consumo das famílias mostra sinais de desaceleração, esgotado o efeito temporário das menores retenções em IRS e dos apoios extraordinários a pensionistas. O Governo pretende agora repetir a medida com nova redução das retenções em sede de IRS.

Por outro lado, quer o investimento, quer as exportações, registam quebras. No mercado de trabalho, espera-se que a taxa de desemprego estabilize nos 6,4%. Ainda assim, o saldo líquido é positivo: foram criados cerca de 120 mil postos de trabalho em comparação com o mesmo período do ano anterior. A inflação, por seu lado, deverá situar-se nos 2,1% e dentro do objetivo do BCE que, após oito cortes consecutivos, deverá agora manter as taxas diretoras inalteradas por algum tempo.

No primeiro trimestre de 2025, o mercado imobiliário residencial português deu sinais claros de dinamismo. O Índice de Preços da Habitação registou uma valorização homóloga de 16,3%, e uma subida trimestral de 4,8%. Foram transacionadas 41 358 habitações, um aumento de 25% face ao mesmo período de 2024. O preço médio das casas vendidas atingiu os 232 500 euros, o que representa uma valorização homóloga de 14%.

Nos últimos 12 meses, o preço médio das casas cresceu 11,4%, tendência que deverá manter-se ao longo de 2025. A conjugação entre uma oferta que cresce a um ritmo modesto e taxas de juro ainda mais favoráveis está a sustentar uma procura consistente. Em maio, o valor mediano da avaliação bancária fixou-se em 1 886€/m² (+17,1% face a 2024), com a Península de Setúbal a registar a maior variação homóloga (+21,1%). Portugal avança com cautela num contexto internacional incerto, onde a estabilidade de ativos reais como o imobiliário pode revelar-se uma âncora de confiança.


Fontes: INE, BdP, BPI Research, Eurostat, Yahoo Finance, BCE, Turismo de Portugal

 


 

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

i. Gestão Corrente

PROJETOS ACONTECIMENTOS
S. VICENTE 1

Em junho o rendimento bruto traduziu-se numa faturação de 5 648,27€, o que corresponde a um crescimento de 18,09% quando comparado com o mesmo período em 2024. A taxa de ocupação diminuiu de 88,40% em 2024 para 77,80% em 2025, uma taxa de variação homóloga de -11,99%.

QUINTA DA AMIZADE

Apesar de termos chegado a acordo com um dos interessados, devido à dificuldade atual na movimentação de capitais, está a ser trabalhada e negociada uma alternativa de forma a podermos concluir o projeto, sem colocar de parte este interessado.

ALMADA HISTÓRICA

Na sequência do processo de análise urbanística, será submetido um Pedido de Informação Prévia (PIP) para o imóvel, tendo sido desenvolvido contatos de forma a comercializar o imóvel no seu estado atual.

SETÚBAL_ARRÁBIDA

O Parque Natural da Serra da Arrábida continua sem responder ao pedido efetuado. Sem prejuízo do processo de alteração de uso, submetido junto da CM Setúbal, o imóvel está a ser comercializado nas condições atuais e no estado em que se encontra.

COMBATENTES 54

A CM Setúbal ainda não nos respondeu. Existem interessados em adquirir o projeto mesmo sem a sua aprovação final, mas só negociaremos após resposta da CM Setúbal aos elementos submetidos.

VFX 47

Não tendo sido possível até à data, o promitente comprador concretizar o negócio e no seguimento de procurarmos alternativas à conclusão do negócio, foi concluído um acordo para venda do projeto com outra entidade. O mesmo deverá ocorrer entre este mês e próximo e sem prejuízo da rentabilidade inicialmente projetada. Irá ser realizada uma devolução parcial de capital investido.

VINHA DA ENCARNAÇÃO II

Existindo atualmente dois interessados, estamos a concluir um acordo de forma a serem realizadas devoluções parciais do capital investido até à conclusão do negócio, nos moldes apresentados anteriormente.

ESTRADA PALMELA B

No seguimento do CPCV assinado, a escritura de venda deve ser realizada até ao dia 5 de outubro do corrente ano.

ALMIRANTE REIS 1

Estamos a aguardar a validação por parte da autoridade tributária da alteração submetida ao modelo 1 do IMI de forma a poder concluir o projeto, existindo compradores para todas as frações.

SERPA PINTO 157

Foram realizadas as visitas, não tendo chegado a acordo de valores. No entanto decorrem negociações de forma a concluir o projeto.

MOITA II

Estando a aguardar a marcação da audiência de julgamento, o imóvel foi a leilão, tendo sido feita uma exposição ao tribunal uma vez que o imóvel está arrestado.

ESTORIL 10 & ESTORIL II

Todas as peças serão submetidas na primeira quinzena à CM Cascais.

TWIN TOWERS

Está a ser agendada a escritura de venda de forma a concluir o projeto este mês.

POSTIGO DO CAIS 1

A obra de remodelação está em andamento.

ESTREMOZ 25

O projeto está a decorrer dentro do previsto.

AÇUCENAS 4

O projeto está a decorrer dentro do previsto.

VILLA GUINCHO

Foi celebrado o acordo de associação em participação com hipoteca. O projeto está em curso.

 

ii. Conquistas

Subscrição do projeto: VILLA GUINCHO

 

iii. Melhorias e Evoluções


MELHORIAS

  • Foi corrigido um problema que fazia com que o cartão de subscrição de um projeto desaparecesse incorretamente ao aceder ao site através de um dispositivo móvel;
  • A mensagem do “Registo da Gestão” despoletada automaticamente aquando da subscrição de um projeto foi retificada.

EVOLUÇÕES
  • Nova funcionalidade: Medalhas de Membro! Acompanhe o seu progresso no Clube com as novas Medalhas de Membro. Pode consultá-las no separador ‘Medalhas’ no seu perfil.

 


 

TODOS CONTAM

INVESTIR: ENTRE O INTANGÍVEL E O FINANCEIRO

Investir é, acima de tudo, uma decisão de futuro. É escolher com responsabilidade onde colocar os recursos de hoje, com a intenção clara de colher frutos amanhã. Mas esta decisão, por mais racional que pareça, exige uma (profunda) reflexão pessoal: sobre os objetivos, os riscos, o tempo e sobretudo, o perfil de quem investe.

Existe quem procura segurança, outros procuram retorno. Uns querem preservar, outros multiplicar. Mas a verdade é que todos enfrentam a mesma pergunta: “Onde devo investir?”. E esse caminho começa por uma outra questão, mais essencial: “Que tipo de investidor sou eu?”

Investir não é um jogo de sorte. Não se trata de adivinhar o próximo ativo que vai valorizar, mas sim de alinhar escolhas com metas reais e com a tolerância ao risco de cada um. Um investimento que funciona para um jovem solteiro com 30 anos e elevado apetite pelo risco pode ser desastroso para um casal reformado que depende dos rendimentos mensais. O ponto de partida é de entender o próprio perfil: Mais conservador ou mais ousado? Mais preocupado com o rendimento imediato ou com a valorização futura? Com liquidez ou com património? A resposta a essas perguntas permitirá traçar uma estratégia de investimento realista e sustentável. E só então passar à análise das alternativas existentes.

O investimento imobiliário tem uma característica única: é tangível. Pode-se tocar, visitar, modificar. Para muitos investidores, especialmente em Portugal, este lado palpável oferece uma sensação de segurança difícil de replicar com outros ativos. Além disso, o imobiliário permite gerar rendimentos de diversas formas (arrendamento, venda, gestão) e permite alcançar taxas de retorno atrativas, frequentemente superiores às de produtos financeiros mais conservadores. O investidor pode ainda ver aumentar o valor do ativo através de melhorias, por um posicionamento estratégico no mercado e através da inflação.

Contudo, seria um erro ignorar os seus riscos e exigências. Investir em imobiliário é, quase sempre, um processo moroso. Exige tempo, atenção e capacidade de lidar com imprevistos e mais importante ainda, o investimento imobiliário está sujeito a incertezas de calendário e volatilidade no valor de saída. Obras podem derrapar, licenças podem atrasar-se, mercados podem-se alterar através da mudança da conjuntura económica, da alteração da política fiscal vigente no momento da venda. E ao contrário de um produto financeiro, o imóvel não tem liquidez imediata: vender um imóvel pode levar meses, ou até mais, especialmente em contextos adversos. O imobiliário tende a oferecer retornos mais elevados, mas à custa de mais tempo, mais capital e maior imprevisibilidade. Do outro lado estão os produtos financeiros: ações, obrigações, unidades de participação, ETFs, certificados do tesouro, certificados de aforro, entre outros.

Estes instrumentos oferecem vantagens evidentes: liquidez imediata, acessibilidade com pouco capital e diversificação com baixo custo. Em minutos, um investidor pode comprar ações de empresas, títulos de dívida de diferentes países ou fundos com exposição a centenas de ativos. Tudo isto com a possibilidade de acompanhar diariamente o valor do investimento e de resgatar com facilidade. Por outro lado, esta liquidez e simplicidade, têm um preço. A maioria dos produtos financeiros com capital garantido (como depósitos a prazo ou obrigações) oferecem rentabilidades modestas. Já os instrumentos com maior potencial de retorno (ações ou fundos de ações) apresentam maior volatilidade e exigem uma visão de longo prazo e capacidade emocional para suportar quedas temporárias do seu valor.

Importa também referir que muitos investidores sentem uma distância em relação aos produtos financeiros: não os compreendem, não os controlam diretamente e por vezes, não sabem avaliar o risco real de cada instrumento. Isto leva a decisões mal informadas ou guiadas apenas por “dicas” e modas, o que é sempre um risco em mercados mais voláteis.

Não existe o investimento “certo”. O melhor investimento será sempre aquele que respeita o tempo, os objetivos e o perfil emocional do investidor. Para alguns, o imobiliário é a âncora de segurança, para outros é uma fonte de inquietação. Para uns, os mercados financeiros são uma ferramenta poderosa, para outros são um território desconhecido. O essencial é investir com consciência. Com conhecimento. Com um plano. E com a noção de que, tal como em qualquer jornada, os frutos mais valiosos são os que exigem tempo, paciência e visão.

Nuno Santos, Asset Manager


 

AGENDA DO MÊS

Julho 2025

QUINZENA EVENTO
  • Devolução parcial de capital investido do projeto - “VFX 47”
  • Conclusão do projeto - “TWIN TOWERS”
  • Devolução do capital investido e distribuição de rendimentos do projeto - “TWIN TOWERS”
  • Devolução parcial do capital investido do projeto - “VINHA DA ENCARNAÇÃO II”