CONJUNTURA
CONJUNTURA ECONÓMICA - OUTUBRO DE 2025
A economia portuguesa entrou no último trimestre do ano com sinais de estabilidade, embora ainda condicionada por um ambiente externo volátil. O Boletim Económico de outubro do Banco de Portugal projeta um crescimento em torno de 1,9% para 2025, sustentado por um mercado de trabalho resiliente e por uma moderação gradual da inflação, que deverá estabilizar próximo dos 2% nos próximos anos. A trajetória das taxas de juro também deverá acompanhar este movimento: as expectativas dos mercados apontam para uma redução progressiva, com a Euribor a 3 meses a descer dos 3,6% registados em 2024 para valores próximos de 2,2% em 2025. No entanto, estas projeções mantêm-se dependentes de fatores externos, particularmente das condições financeiras internacionais e da evolução das tensões comerciais globais. A nível salarial, prevê-se um abrandamento moderado do ritmo de crescimento, refletindo uma tentativa de manter o equilíbrio entre competitividade, produtividade e estabilidade de preços. Globalmente, o relatório destaca que Portugal continua exposto aos riscos geopolíticos e económicos globais, mas também evidencia uma capacidade acrescida de adaptação por parte das empresas nacionais.
Nos Estados Unidos, o mês ficou marcado por dois desenvolvimentos que podem influenciar a economia global. Por um lado, a Reserva Federal manteve uma postura prudente, com a taxa de referência situada entre 3,75% e 4,00%, numa estratégia que procura equilibrar o arrefecimento gradual do mercado de trabalho com a persistência de pressões inflacionistas residuais. As divergências internas no comité continuam, mas o consenso aponta para que futuros cortes dependam claramente da evolução dos dados e não de ciclos políticos. Por outro lado (e de forma muito mais imediata), o governo norte-americano aprovou uma redução significativa das tarifas aplicadas a vários produtos importados, numa tentativa explícita de aliviar pressões nos preços ao consumidor e acelerar a convergência da inflação para a meta. Esta decisão representa uma inversão parcial da orientação protecionista que vinha marcando a política comercial dos EUA e poderá ter efeitos relevantes sobre o comércio internacional, o custo de bens intermédios e os fluxos de produção global. A combinação desta medida com o atual ciclo monetário mais brando poderá gerar algum alívio nos mercados financeiros, reduzindo custos de financiamento e atenuando a pressão inflacionista que vinha sendo importada através das cadeias de abastecimento.
No plano internacional, o ambiente económico permanece marcado por incertezas, num cenário em que políticas comerciais e políticas monetárias se tornaram mais interdependentes do que em qualquer outro momento da última década. A redução das tarifas norte-americanas surge num momento em que várias economias avançadas enfrentam crescimento moderado e tentam preservar margens de competitividade face ao avanço tecnológico asiático e à fragmentação das cadeias globais de valor. A Europa, em particular, continua a debater-se com desafios estruturais de investimento, produtividade e escassez de mão-de-obra qualificada, fatores que ganham relevância acrescida quando as dinâmicas externas mudam rapidamente. A Ásia mantém um papel central na reorganização económica global, com a China a tentar estabilizar o setor imobiliário e recuperar dinamismo industrial, embora ainda enfrente constrangimentos de procura interna e tensões geopolíticas que limitam a previsibilidade do seu desempenho.
Neste contexto, Portugal entra no fim do ano beneficiando de alguma
credibilidade externa acumulada, inflação controlada e um quadro
económico relativamente estável, mas continua dependente do que
acontecer nos grandes blocos económicos. As decisões recentes dos
EUA, tanto na frente monetária como na comercial, poderão redefinir
custos de financiamento, fluxos de investimento e pressões
inflacionistas a nível global. A economia mundial, entretanto,
permanece num ponto de transição: tenta acomodar choques sucessivos
enquanto procura um novo equilíbrio entre crescimento, estabilidade
e segurança geoeconómica.
Fontes: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance, BCE, OCDE, Eurostat, FMI, Turismo de Portugal
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
Na sequência da evolução natural do nosso modelo de comunicação e com o objetivo de reforçar a confidencialidade e a qualidade da informação partilhada, informamos que a informações sobre a gestão dos projetos passam a estar acessíveis apenas aos membros investidores de cada projeto. Esta alteração visa assegurar que a informação partilhada seja, de uma forma progressiva mais detalhada, rigorosa e relevante para quem participa diretamente em cada investimento.
Agradecemos a compreensão, o feedback recebido ao longo dos tempos e o apoio contínuo. Certos de que esta evolução contribuirá para uma comunicação mais focada, transparente e alinhada com as melhores práticas de mercado.
iii. Melhorias e Evoluções
AGENDA DO
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Novembro 2025